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terça-feira, 23 de novembro de 2010

ODE A FERNANDO PESSOA

Homem dos mil rostos, rigorosamente delirante!...
Poeta revolucionário, resignado fatalista!...
Homem – deste e doutros mundos – oculto atrás de inúmeras máscaras!...
Poeta intemporal - de eterna genialidade dramática!...
Homem insatisfeito - um inadaptado às realidades humanas!...
Poeta modernista - em busca dos elos perdidos da vida!

Vivestes duas realidades distintas em obstinado desencanto!...
Adoptastes a língua portuguesa por melhor exprimir os teus sentimentos!...
Descortinastes as várias personalidades da tua Pessoa e, com elas, abristes uma nova janela para o Mundo:
- Fostes Alberto Caeiro, filósofo das coisas simples da vida,  numa perspectiva espontânea e positivista, mas sem falsos materialismos;
- Fostes Álvaro de Campos, outro solitário, mas de grande impetuosidade e de emoções fortes e intransigentes;
- Fostes Ricardo Reis, o homem das odes tristes e resignadas e fostes muitas outras personalidades na tua imaginação prodigiosa, mas todas elas, seres sentidos, como se tivessem corpos e almas próprios.

Em vida conquistaste apenas efémeras vitórias!...
Mas, além de poeta, eras exímio actor e -, apesar do ar austero e de muita timidez - guardavas para ti um sorriso irónico para lançares a este Mundo de vãs glórias:
- Um sorriso dos desencontros provocados;
- Um sorriso dos sonhos desencantados;
- Um rir, apenas por rir, talvez para não chorar…

Ah, poeta impiedosamente lúcido - iluminado pela áurea da genialidade-
fracassaste na vida, dita racional, sendo dela um conformado subalterno…
Para ti, apenas fazia sentido a existência poética...
Os desejos materialistas faziam parte de um qualquer sonho mau – que outros desejaram – como se tudo não passasse de uma miragem patética.

Conquistaste a imortalidade simplesmente vendo, descobrindo verdades que se tentam – desde sempre – ocultar dos sentidos, mas quando toda a névoa se desvaneceu, fez-se Luz em ti, pois nada neste mundo e nesta vida,  deve ter a ousadia de perturbar o destino do ser.
E assim desnudado o Homem...
... Nasceu um poeta para a Eternidade!

Poesia Felicidade Fernando Pessoa

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver

Apesar de todos os desafios,

Incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas

E se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,

Mas ser capaz de encontrar um oásis

No recôndito da sua alma.



É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um “não”.

É ter segurança para receber uma crítica,

Mesmo que injusta.



Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou

Construir um castelo ...

Um verso por pessoa

Como uma das provas do X LITERATURA VIVA, realizamos dia 22/11 uma intervenção urbana nas ruas de nossa cidade Oeiras.
Os alunos da Sociedade Educacional Jean Piaget levaram cultura em forma de poesia com o tema “Um verso por pessoa”, às pessoas que estavam na praça, mercado e na feira livre.
Vestidos como Fernando Pessoa nossos alunos recitaram o poema Autopsicografia - poema este que revela esse gênio da literatura portuguesa.
As meninas simbolizavam as mensageiras de Fernando Pessoa que com alegria e emoção encantavam a todos recitando e distribuindo lindos poemas.
Confira as fotos:





domingo, 21 de novembro de 2010

POEMA PARA PESSOAS

O Amor, Quando Se Revela

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

Os Paralamas do Sucesso - Caleidoscópio (Ao Vivo Megashow Uol)

sábado, 20 de novembro de 2010

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.




sexta-feira, 19 de novembro de 2010


FERNANDO PESSOA: o homem que inventou pessoas

Multipliquei-me, para me sentir,
Para me sentir, precisei sentir tudo.
Transbordei, não fiz senão extravasar-me,
Despi-me, entreguei-me.
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.


O FENÔMENO DA HETERONOMIA: espiritismo, esquizofrenia ou imaginação?
As especulações são muitas, mas nada se tem como concreto. Afinal, como entender tão fenômeno tão maravilhoso?
Mais vale apreciar o poema à luz vária das caleidoscópias combinações do seu gênio criador.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fernando Pessoa: O Caleidoscópio Poético

            Caleidoscópio, segundo o dicionário Aurélio: tubo cilíndrico com espelhos no interior que refletem em combinações múltiplas imagens de pequenos objetos coloridos presos no fundo.
            Caleidoscópio poético, segundo a literatura: Fernando Pessoa um poeta cilíndrico com espelho no seu interior que refletem em combinações múltiplas sua imaginação e capacidade criadora, tão amplas, que não lhe bastava criar uma única obra que contivesse vários volumes e títulos. Projetando-se em várias entidades poéticas que mesmo partindo de um mesmo cilindro(Fernando Pessoa), possui formas e cores distintas.
            Segundo Fernando Pessoa, o indivíduo fragamentado não tem centro, não tem um sentido único nem identidade fixa. A existência é recriada e sofre transformações constantes quanto à forma, gênero, classe, cultura, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade. Portanto, falar de Fernando Pessoa é tratar de um exemplo de um homem contemporãneo que vive se confrontando com as diversas possibilidades de identificação pessoal.